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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Um brinde ao sacana


Uma das grandes sacanagens da vida além de tirar foto 3x4, não poder quebrar janelas de prédio velho, aturar parente chato, não poder beber leite e comer manga junto (mortal, de acordo com lendas urbanas, mas incoerente já que uma vitamina de ambos cai muito bem), é o incondicional, o repugnante e o ludibrioso Vestibular. É uma covardia obrigar uma pessoa a escolher o que vai fazer pelo resto da vida, tempo pra caramba, aos dezoito anos. O grande carma que persegue a todos nós que achamos que devemos continuar estudando, para ter um futuro próspero e tranqüilo (uma grande ilusão, confortante o bastante para ser considerada). Sinceramente, eu já passei por isso e conheço “n” pessoas que também já passaram e posso lhe dizer com toda a certeza, é um porre. É assustador e sombrio. Não pelo fato de ser uma seleção, afinal de contas é apenas uma seleção, como qualquer outra. É fácil passar, ora essa! Basta saber tudo! Simples e sem segredo. Diria até que nem acho que é difícil passar em primeiro lugar (basta você acertar tudo!). O difícil mesmo é passar em último, ah isso sim é que é. Você tem que saber quantas questões pode errar, quais pode errar e ainda tem de contar com a sorte (que por sinal, pode ter tirado aquele menino gordo da sala uma vez quando, por alguma razão, uma alma do além evocou uma criatura medieval que surgiu nas entranhas de seu estomago e o fez ficar tempo suficiente no banheiro para que não conseguisse terminar a prova. Pobre tolo). Mas como dizia, talvez o último colocado seja até o mais feliz de todos. Ele "quase" não passou, e esse “quase” vai fazer a diferença pelo o resto de sua vida. Mas de modo geral, os candidatos praticamente são personagens de uma peça teatral mas sem os figurinos. Na maioria das vezes é uma encenação só. Um exemplo: Sabe aquela loirinha da sua sala, com quem você comentou uma questão sobre o complicado Binômio de Newton? Pois é, na hora ela disse que não se lembrava muito bem da matéria, mas na verdade seu pensamento era de total desespero pois, as vésperas do apocalipse (leia-se, primeira etapa do vestibular), ela não fazia a mínima idéia do que você falava, o que a fez encher os olhos de água e alegar que o culpado era o coitado do cisco no olho, como sempre. Anos mais tarde, ela percebeu o quanto a pergunta era absurdamente tosca e simples (ela passou, e se tornou uma engenheira física renomada). E assim todos os demais candidatos atuam, até mesmo o nerd da sala que alega não estar ansioso com o evento. Embora saiba o conteúdo das matérias ele está tão cheio de dúvidas quanto você: Será que é o curso certo? A faculdade certa? Será que vão me dar um trote pesado se eu passar? Será que vou virar um boêmio estudantil e me enveredar pelo mundo dos bares?(tomara) Será que vou ser iniciado em mundo inteiramente novo no qual vou poder ter minhas primeiras experiências emocionais, sexuais e afetivas fundamentadas em algum tipo de relacionamento estável ou não? (bom, acho que essa última foi do nerd). Mas o grande problema não está nos candidatos (talvez sim mas de forma indireta), e sim na pressão que todos fazem sobre você. Nem começou o terceiro ano direito e já estão te perguntando se já sabe o que vai fazer da vida (ora, se soubesse você já não estaria fazendo?). Sair e se divertir com seus amigos então a essa altura, aos olhos de todos chega a ser um pecado, pra não dizer blasfema. E sempre tem aquele tio chato que consegue piorar tudo e diz com uma risadinha sarcástica ao final “Eh...escolhe direitinho o curso viu, por que senão...”, e não terminam a frase, o que é pior de tudo. Senão o que? (eu nunca soube). Como eu disse uma tremenda sacanagem. De quem foi a brilhante idéia do vestibular? Não sei, mas um brinde ao infeliz.

Sr. Pepper

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