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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Algo de nós, nostálgico


É estranho como ao longo dos vários anos de evolução, nos humanos adquirimos a habilidade de complicar muito as coisas quando as mesmas parecem já ser muito complexas para tal. Digo isso, por estar outro dia filosofando sobre coisas, enquanto estava no ônibus a caminho do trabalho, por sinal uma longa travessia que leva em torno de uma hora para terminar. Talvez você não concorde comigo, mas, você se lembra do quanto era feliz quando tinha sete anos? Eu me lembro perfeitamente, mas apenas de alguns dias, é claro. Os demais talvez não tenham tido a devida importância e sendo assim, minha mente simplesmente os apagou como normalmente ocorre a todos nós. Lembro-me de quando ainda estava no jardim e minha mãe muito carinhosamente preparava de manhã antes de eu ir para a escola aquele ovo cozido que se come na casquinha com colherzinha de chá. Era simplesmente fantástico. Havia coisas excelentes na escola também. A primeira namoradinha (aquela que você tinha orgulho de andar de mão dada), o primeiro melhor amigo (não imaginário desta vez, é claro) a primeira briga, uma série de experiências inovadoras que de maneira tímida e quase imperceptível, nos moldam à sua maneira. Você não faz idéia do mingau que era servido de manha em pratos de alumínio e o toddy em copos coloridos de plástico com alças, que eu naquela época eu poderia muito bem usar como um cinto. E quando tinha natação? Era uma maravilha! Hoje vendo aquela piscina de alguns poucos centímetros de profundidade cheia de água, que agora batem à altura de minhas canelas, me pergunto por qual milagre nunca morri batendo a cabeça no fundo da mesma quando dava mergulhos de ponta na água. Tinham ainda os desenhos quando você chagava da escola, logo antes do almoço, mas prefiro nem comentar, pois poderia ficar a tarde inteira com isso, tomando muito de seu precioso tempo. E quando tudo parece estar bem demais para ser verdade, toca o relógio da vida com suas trompas e sinos ensurdecedores e então alguém com um chapéu-coco vermelho lhe chega com um pacote de novas possibilidades e responsabilidades embrulhadas em celofane lhe dizendo “tudo bem filho, hora de crescer. Por favor, desça do brinquedo, pois as outras crianças estão esperando por sua vez”. E é ai que tudo muda, uma reviravolta danada, e você perdido em meio a tudo isso não tem outra opção senão aceitar a oferta. No futuro, você chegará à conclusão que embora a escolha tenha sido necessária, ela lhe custará muito caro. Você acaba de mudar de ciclo e assim o fará até o final de sua vida, até que se esvaia seu ultimo suspiro. Ciclos seguidos de ciclos, consecutivos, necessariamente mais complexos que os anteriores. Assim será quando você for para o ensino médio, assim será quando for para a faculdade e assim será quando conseguir seu primeiro emprego. Apesar disso, não há motivo para pânico ou suicídio precoce. Podemos ao menos reviver aqueles momentos que ficaram incrustados em nossa mente (sejam eles bons ou ruins), resquícios dos ciclos que nos deixam algo de nós para nós mesmos, algo de nostálgico para ser lembrado.

Sr. Pepper

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