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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tenho certeza de que nada é certo.


Se você me perguntasse se existem verdades absolutas ou certezas na vida, eu lhe diria que provavelmente não sou a pessoa mais adequada para responder. Eu acho que não, tenho certeza disso (apesar de certezas não existirem pra mim, mas enfim). Não dá tempo pra ter certeza de algo, a vida é muito curta pra isso, é como uma garrafa de álcool aberta: aos poucos vai evaporando, se esvaindo e quando menos percebe, a garrafa está vazia (o velho bêbado ao seu lado a bebeu sem que percebesse). Indo além, a vida me parece mesmo com um yakult: é bom pra caramba, mas vai ver se dura muito sendo daquele tamanho! (não entendo porque até hoje não fizeram um litrão. Já me disseram que isso poderia gerar a terceira guerra mundial, mas imaginem só!). Realmente é muita curta. Nada muito melancólico, ou pessimista, apenas realista. Mas deixe-me chegar ao ponto em que pretendo. Outro dia estava conversando com um amigo, ruim de bola, mas ainda sim um excelente amigo e chagamos em um ponto da conversa em que ele comentou sobre um tal gato, muito famoso na Física. Dei-me por conta mais tarde que aquela teoria tinha muito a ver com alguns devaneios que vinha tendo a respeito dessas questões relativas a certezas, incertezas e tudo mais. Não sou teórico da área, mas pelo que entendi a história é a seguinte (e se algum físico leitor encontrar algum erro aqui me avise, por favor, que dignamente comentei um seppuku, sem o menor problema). Há algum tempo atrás foi proposto um modelo experimental imaginário, que teve grande repercussão no meio cientifico. O gato de Schrödinger, que consiste um gato que é colocado em uma caixa hermeticamente isolada contendo uma ampola de cianeto hídrico (mortal) e um martelo que por sua vez é acionado por um dispositivo baseado na recepção de partículas alfa. Até ai tudo bem, apenas uma maquina de matar gatos muito arrojada. Entretanto o dilema começa por aqui. As partículas alfa são geradas por um átomo radioativo que têm 50% de chance emiti-las (o que trocando em miúdos, significa que elas podem ou não ser emitidas a cada uma hora). A questão é a seguinte, como sabemos se o gato está vivo ou morto? Para a química quântica não podemos desprezar nenhuma das duas possibilidades (“seria um absurdo!”, gritaria o nerd), o que equivale a dizer que o gato estaria (por incrível que pareça) morto e vivo ao mesmo tempo. Até abrirmos a caixa não há como saber se ainda temos o gato intacto (com cara de quem lhe diz “você enlouqueceu? O que pretendia fazer?”) ou apenas um corpo inerte e frio, esboço de um “ursinho carinhoso” gélido. Loucura, mas realidade. Mas afinal de contas, que diabos isso tem a ver com certezas da vida? Para nós, meros mortais que não permeamos pelo mundo da física, pode ser feita uma adaptação das conclusões bastante prática para nosso cotidiano que seria a seguinte: quando estiver com aquela dúvida se deve ou não falar com aquela menina que gosta, quando não souber se compra um steak de frango (que foi o que sua mãe pediu pra você comprar: “Não compre nenhum outro, apenas o de frango. O de FRANGO!!!”) ou aquele super novo steak de avestruz em oferta (que você teria comprado, deixando-a “p da vida” e fazendo com que chamasse o pároco para exorcizá-lo: Esse menino é um demônio!), quando não souber se dá pra zerar Cadillac & Dinossauros com uma única ficha, não pense duas vezes e lembre-se dos quatro bilhões e meio de gatos que deram sua vida em nome da ciência para que cheguemos a uma única conclusão: Não dá pra saber se o gato está vivo ou não sem abrir a caixa. Traduzindo: não dá pra saber se vai dar certo se você num arriscar.

Sr. Pepper

3 comentários:

  1. Puxa, Sr. Pepper. Abordou a questão muito bem. Só que cabe um último comentário, totalmente quântico, e que pode ser aplicado a tudo: ou não.

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  2. Mas caro senhor G.H., devo discordar um pouco: "ou não" não se aplica a tudo; FATOS não implicam nenhuma outra alternativa a não ser o próprio fato.

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  3. Realmente é uma discussão longa que poderia durar meses. Seria como se discutissemos o significado da vida ou se um copo de água está meio cheio ou meio vazio.
    Mais uma vez, obrigado aos caros leitores!

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