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segunda-feira, 9 de março de 2009

Sem desmerecer as peripécias de Pelé e companhia


Não sou um "cabeçudo" em evolução, mas escrevo com o peso de um leitor entusiasta que sou dos temas relacionados (que por sinal, não é tão grande por isso releve os eventuais deslizes). O ano de 2009 traz consigo uma situação ímpar: comemoramos os 150 anos de uma das teorias mais revolucionárias da história, que mudou toda a forma de como entendemos o mundo a nossa volta: “A Origem das Espécies por meio da Seleção Natural”, que quebrou uma série de dogmas e paradigmas há muito enegrecidos pelo tempo (dentre os quais o dilema do punhal do fofão ser macabro ou não, e o provérbio: porque “tudo junto” se escreve separado e “separado” se escreve tudo junto). Ao mesmo tempo temos a honra de contemplar o bicentenário de uma das mentes mais prodigiosas de todos os tempos, ícone das ciências naturais, o caro Sr. Charles Robert Darwin. Manifestações comemorativas estão por todas as partes, e os equívocos, creio eu, também (nessas horas a Globo se supera de forma tão maestral!). Vendo um documentário sobre o tema ouvi um absurdo que me deu náuseas (não encontrei um meio com o qual pudesse digerir a informação. Pareceu-me, sinceramente, o bife detetive de uma tia minha: frio, duro e com nervos de aço): “A espécie humana é a única que consegue e sempre conseguirá driblar o mecanismo da seleção natural”. De fato, parece um tanto lógico se pensamos no homem como humanidade e considerarmos a sua evolução cultural. Ora, se ocorrer um inverno rigoroso, construímos abrigos e nos aquecemos com o fogo que “descobrimos”. Se a fome é intensa, desenvolvemos a agricultura e outros métodos para conseguimos tirar sustento (ou simplesmente fugimos felizes para o McDonalds ou Bob's). Mas e se falta água? Se surge uma nova cepa de determinado vírus, o qual poderemos não ter a capacidade de desenvolver a imunidade necessária a tempo ou fazer a contenção daquele? E se um bloco de rocha espacial de alguns milhares quilômetros de diâmetro colide com a Terra, mudando totalmente as condições atuais (o que é absolutamente plausível, tendo em vista a quantidade de migalhas de planetas que vagam pelo espaço)? O que me parece, é que subestimamos esses eventos e alguns deles chegamos a ridicularizar nas produções hollywoodianas sob a mascara de galãs (embora Elijah Wood como Leo Biederman em Impacto Profundo não seja um deles, propriamente dito. Apesar do furinho no queixo e olhos claros, a barba cerrada de sempre parece fazer falta ao garoto). Catástrofes podem, sim, acontecer a todo o momento seja por questões naturais, seja pela nossa interferência (que, aliás, é por vezes inflada pelo nosso ego ferido). Sim, a todo o momento ouvimos alguém dizer desesperado com todas as palavras: “Meu Deus do céu, estamos acabando com o nosso planeta!”. Será? A verdade (penso eu) é que é um tremendo misto, não de presunto e mussarela, mas de arrogância e prepotência pensar dessa forma. Quem a gente pensa que é para ser digno de tal proeza? Se os recursos necessários à nossa sobrevivência na Terra não forem usados de maneira consciente (e não estão sendo) e assim esgotados, a única coisa que vai sumir, além de uma grande parcela da biodiversidade, que infelizmente não tem nada a ver com isso, será a humanidade. Não tenho dúvidas de que em menos de um mísero milhão de anos (tempo irrisório na escala temporal da Terra) tudo aquilo que construímos e com o qual batemos no peito de orgulho, simplesmente desapareça e a vida siga seu rumo de alguma forma (ainda que diferente do atual). As coisas não costumam durar tanto tempo assim (é como seu carrinho de controle remoto, você achava que seria pra sua vida inteira até seu cachorro degustá-lo com um pouco de molho pardo). Imagine um edifício, por mais moderno que seja sujeito a intempéries como chuvas, insolação, ventos, durante um período de 100.000 anos sem manutenção (isso pra num falar em um tempo maior). Imagine oceanos e continentes inteiros trocando de posições como que dançando (coisa que nunca pararam de fazer), inundando cidades inteiras, países inteiros e queimando com o sol o que antes era fundo de mar. Em muitas das vezes esquecemos que o próprio tempo de existência da espécie humana não é nada dentro da história da Terra (seriamos um trailer de curtas da Pixar enquanto a Terra seria um série de intermináveis temporadas de Malhação) e que, apesar de todas as mudanças que temos causado e de todos os nossos "dribles"(sem querer de forma alguma desmerecer as peripécias de Pelé e companhia), o planeta continua vivo, ao seu modo, mas continua vivo.

Sr. Pepper

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