Após ler esse monte de asneiras que seguem abaixo...Deixe seu comentário, crítica ou sugestão sobre o texto!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Saia do meu jardim


Imagine-se reclamando da vida como um velho, falando que tudo de ruim acontece contigo e Clint Eastwood, com aquela cara de Clint Eastwood, segurando uma doze e dizendo com sua voz rouca “Get out of my garden!” (em seguida a cuspida cúspide, ao típico estilo faroeste). Exato! Se você acha que está tudo ruim agora, se seu fone de ouvido quebrou o fio (eles são fabricados para que isso ocorra), se seu tênis furou, se você não conseguiu ver o eclipse lunar, se levou um kickoff de alguém, acalme-se. Há grandes chances de que as coisas naturalmente se tornem melhores. Murf não errou quando afirmou seu mais famoso postulado científico de que “se as coisas tiverem de dar errado, elas vão dar errado e, possivelmente, da pior maneira possível”, mas falhou em não pontuar um pequeno detalhe. Se as coisas tiverem de dar certo, não importa o quão você seja teimoso ou se esforce para que ocorra o contrário, elas sempre (digo, sempre) vão dar certo, da melhor maneira possível, não tenha dúvidas. Ora, vamos! Você já passou por isso. Não se lembra, daquela vez em que parecia que o universo conspirava a seu favor? Não me diga que cochilou nessa hora! Se precisasse de um elefante laranja você o teria (tudo bem que provavelmente seria expulso de casa por isso), se quisesse tirar foto com o Bozo, as coisas ocorreriam nesse sentido. Se cismasse em fazer medicina, do nada, lhe seriam conferidos conhecimentos supranaturais (isso mesmo, supra, mais que super!) durante o vestibular que provocaria lágrimas e reações no corretor de provas do tipo “Santo Deus! Não entendo nada que esse candidato escreveu, mas está parece estar correto! Além do mais, isso aqui poderia muito bem sedimentar nosso entendimento acerca do universo!”. Situações desse tipo ocorrem a todos nós, mas é claro que de forma sincronizada e em sistema de rodízio (me explica?). Claro! Pense, se todos tivessem tudo o que quisessem ao mesmo tempo é quase certo que o mundo entrasse em colapso. Você não sabe, mas isso já ocorreu antes. A primeira vez no éden (onde as pessoas conversavam), a segunda na idade média (onde as pessoas matavam ao invés de conversarem) e, segundo especialistas, agora, com a atual política de vendas da Coca-Cola (onde as pessoas falam “colocaremos uma garrafa de Coca-Cola em cada casa do mundo em que as pessoas conversarem!”. Detalhe, se você não conversa com seu irmão, já rodou, nada de coca!). De qualquer forma, é natural que coisas dêem muito errado na sua vida (Não adianta ficar nervosinho!), mas também é natural que coisas dêem muito certo (Não precisa ficar se achando!). Por isso nada de conversinha mole ou chororô, “a menos que queira sentir o árduo gosto amargo do metal de uma magnum 44” (cuspida Eastwood). Como o sistema é de rodízio, se senhor Senor Abravanel decidir sair do brinquedo e se o velho Norris deixar (sim, você deve obrigações a ele desde antes mesmo de pensar em nascer), você pode ser o próximo da fila.

Sr. Pepper

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Algumas fazem coisa muito pior


Dessa vez serei mais rápido que Doriana no ventilador de teto em dias de calor intenso. Sem rodeios eventuais! Conversando com mestres chegamos à conclusão que tem mulher que gosta de ver o circo pegar fogo! É isso mesmo! Mais uma vez reitero, não são todas, de forma alguma. Muitas das moças de hoje se contorcem de raiva quando nós homens fazemos comentários em relação a individuas do sexo oposto (às vezes de brincadeira, outras nem tanto), ou quando damos aquela olhada básica pra ver se a moça tem os dois olhos na face (tá bom! essa foi desculpa foi esfarrapada). Logo falam “Ai fulano! Você é ridículo sabia?” ou então “Nossa! Que patético!”. Mas hoje venho argumentar a favor desses jovens. Antes de qualquer coisa, sem querer ser nem um pouco machista, devo salientar que o comportamento de machos homo sapiens é invariavelmente diferente do observado em fêmeas da espécie, algo natural. Sendo assim, é absolutamente plausível que estes indivíduos reajam a estímulos de modo diferenciado (Que estímulos? Qualquer estímulo?). Aqui tratarei de estímulos emitidos por fêmeas e, no caso específico, pelas chamadas fêmeas malebólgicas (É o que?). Fêmeas malebólgicas apresentam o seguinte perfil: são lindas, atraentes, cabelos e corpo impecáveis, olhos sinuosos e o mais importante, não valem nada! São aquelas mulheres que geralmente namoram algum parrudinho e que no menor vacilo destes, se atêm a nos infernizar com risadinhas e olhares diabólicos. Como eu disse, elas estão ai para atazanar a nós homens e as mulheres também, à medida que mexem com rapazes comprometidos. Exato! Vocês mulheres geralmente as chamam de piranhas, vacas dentre outros graciosos e gentis nomes animais (a alegoria ao reino animal vai além da imaginação). É o tipo da mulher que fica com o cara e ainda tem a cara de pau de apresentar o ficante (otário um) ao namorado (otário dois) como amigo, na cara dura! É o tipo da mulher que depois que rola alguma coisa o cara vira e fala “Poxa! Eu tava quieto lá, por que ela foi me atiçar?” Muito normal. Geralmente, se o cara é solteiro ele pode ficar preso na trama dessa diabinha e se ele não ficar atento, já era! Ele vai rodar bonito (e o senhor Abravanel diria “rodando!”). Nessa hora é que temos situações engraçadas. Geralmente esse cara vai ouvir conselhos de muitos, mas em especial de dois amigos diferentes: o amigo diabo, porra louca e sem noção e amigo anjo, sensato e politicamente correto. Nada difícil de imaginar, igual desenho animado mesmo. O primeiro, sentado no ombro esquerdo do jovem com chifrinhos vermelhos comendo fandangos de presunto provavelmente dirá (e me perdoem pelos termos, apenas reproduzo o que já cheguei a ouvir) “Cara, pelo menos come ela e sai fora! Pelo menos!”. Por outro lado, o segundo sentado no ombro direito comendo cheetos e com uma brilhante aureola sobre a cabeça poderá dizer “Olha só, sai fora dessa mulher cara, ela vai te trazer problemas, nem liga pra ela mais!”. Independente da decisão tomada o rumo das coisas não deve ser dos melhores e o jovem provavelmente é o menos culpado da historia (a diabete nem havia comentado que namorava!). Anyway! Como disse acima, hoje argumento a favor desses jovens. Por isso minha filha, quando seu amigo fizer uma brincadeira ou comentário na sua frente, mexer com uma gatinha ou der aquela olhadinha de leve lembre-se, tem mulher (fêmeas malebólgicas) que faz coisa muito pior, e o pior de tudo, o faz com um belo sorriso no rosto e uma carinha de inocente que ninguém percebe o cinismo.

Sr. Pepper

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Olho aberto, se tiver de olho numa dessas...


Você, meu rapaz, sentado ai nessa cadeira tranquilamente, pensado em coisas, lendo coisas (e vendo coisas) há de concordar comigo em um ponto: As mulheres são como as ciências! (Como é que é?) Isso mesmo. É obvio que as mulheres não são todas iguais e se você é uma leitora, provavelmente deve estar se sentindo atiçada com as mãos na cintura falando: “É claro que não, ora essa!”. Seria muito óbvio e desnecessário chegar até aqui e dizer só isso, mas a minha proposta é um pouco mais ousada. Já chegou a considerar cada uma das ciências como um determinado tipo de mulher? Ora essa, por que não? Vou expressar meu ponto de vista aqui, mas caso não concorde, você tem o direito de vomitar tudo o que ler até o final do texto posteriormente. Escolhi três ciências para a minha tese: Matemática, Sociologia e Física (fique a vontade para divagar sobre as demais ao final da leitura!). Vamos ao que interessa. A primeira delas, a Matemática, é axiomaticamente uma mulher extremamente objetiva, sem rodeios. Para ela os problemas nada mais são que equações em que na pior das hipóteses, têm-se uma ou mais soluções, ainda que envolvam números complexos (que ainda sim são números, apesar de complexos). É de gênio extremamente forte e não aceita vacilos cometidos por nossa parte. O sistema é binário, zero ou um. Ilustremos com um exemplo clássico na qual a mulher pede ao homem que compre determinado sorvete: “Se não havia sorvete de framboesa não vejo porque você não me trouxe o de maracujá, considerando-se que ambos os sorvetes são sorvetes?!”, “Mas como assim? Você me disse que gostava apenas do de framboesa!” “Isso não justifica o fato real e inegável da ausência de sorvete nesse momento, o que implica que sua observação em relação à minha fala é equivocada e expressa uma variável desnecessária à questão. Nosso relacionamento termina aqui!” “Como é que é?” Por outro lado, temos a Sociologia que seria uma mulher que é o posto da Matemática, pois é grudenta e muito pouco objetiva. É totalmente humana e humana até demais! Abordemos o mesmo problema do sorvete em que possivelmente essa mulher reagiria da seguinte forma: “Porque você não me trouxe nenhum sorvete?” “Porque você me disse que gostava do de framboesa e dele não tinha!” “Mas e os outros sorvetes? Vão ficar congelados e sozinhos no freezer, sem qualquer possibilidade de serem livremente deglutidos por cidadãos livres? Você não acha que está excluindo os pobres coitados e ajudando a incitar o poder dos privilegiados em detrimento dos oprimidos? Nosso relacionamento termina aqui!” “Como é que é?” Nesse momento, meu rapaz, você pode estar pensando “Fudeu demais!”, mas muita hora nessa calma, pois ainda não falei da Física. Deixei o melhor para o final (igual fazemos com o pedaço gostoso de carne no almoço). A Física é indiscutivelmente dentre as mulheres a que mais me atrai. Uma mulher Física, além de não ser imaginária (o comentário infame foi inevitável!perdão), consegue sintetizar qualidades importantes das duas mulheres anteriores ao anular seus defeitos. Querem ver só? Pra começar, a Física não é tão dura quanto a Matemática, mas ainda sim é objetiva. Se uma pedra cai ao chão, ela jamais negará esse fato. Também não é tão filosófica quanto à Sociologia, mas ainda sim consegue refletir sobre porque a pedra cai (ainda que utilize de leis e postulados para isso). Mas o mais importante é: provavelmente ela é nerd na medida certa. Como seria isso? Explicarei. 1) Ela é nerd o bastante para gostar de Star wars e sabres de luz, 2) "ligeiramente idiota” o bastante, para gostar de vídeo games e vídeos engraçados e 3) normal o bastante para se soltar ao melhor som dos Beatles em uma boate. É quase perfeita para nós homens. É com ela que você joga Call of Duty 4, é com ela que você vai aos shows de rock e é com ela que você faz todas as outras coisas legais da vida (campeonato de quem come mais pizza, maratona de filmes do senhor dos anéis, idas ao carrinho de bate-bate, duelos com sabre luz na fila do banco). São excepcionais, como dragões brancos de olhos azuis (raras!), mas é fácil reconhecer uma delas: usam camisas legais (nerds!). Portanto, olho aberto se tiver de olho numa dessas.

Sr. Pepper

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pessoas não têm medo!


Desculpem-me pela demora em postar novos textos, mas na ultima viagem quase perdi a perna pra um esquilo. Mas vamos ao que interessa. Talvez isso pareça incoerente se você já leu textos passados. Talvez não entenda o que quero dizer, mas embora eu ainda ache que as pessoas têm medo de pessoas, acho que a coisa não é tão simples assim. Após observar e estudar um pouco o comportamento de bandos de quatis e analisar a cinética quântica das pipocas de microondas (e a relação óbvia e intrínseca entre ambas) descobri que certos estereótipos sociais é que não se dão muito bem entre si. Mas o que aqui eu chamo de estereótipos sociais? Personagens de BBBs que só mudam de cara, nome ou corte de cabelo? Não! Aqui considero como estereótipos certos grupos sociais que expressam as mesmas afinidades, gostos e peculiaridades (Exemplos: patricinhas, hippies, nerds, tiozões, pagodeiros, taverneiros e qualquer um dos personagens de Malhação de qualquer temporada). Nesse caso tomarei como exemplo a relação entre dois deles: velhas e cabeludos. As velhas (com o perdão da palavra) aparentemente não se dão muito bem com jovens roqueiros cabeludos. Está bem, sem eufemismo: Velhas não suportam cabeludos! Para elas, esses jovens nada mais são que criaturas demoníacas, medusas mitológicas assustadoras. Eu tenho um amigo cabeludo e sei dos casos que ele me conta. Às vezes ele me aborta aos prantos questionando-me desesperado o porquê de tanto ódio no coração dessas senhoras. Embora as madames esqueçam, por debaixo de todas aquelas madeixas, por mais absurdo que pareça, bate um humilde coração tetracavitário que precisa de carinho e afeto (Como é que é?). Os cabeludos, roqueiros, metaleiros, seja o que for, também têm sentimentos que, por vezes, são pisoteados pelas velhinhas. Não pense você que essas senhoras são incapazes de cometer atrocidades. Já presenciei o evento clássico onde ambos se cruzam e surge o famoso “Jesus tem poder! Misericórdia!” não sem antes ocorrer a típica olhada espantada de cima a baixo com o mão no peito. Ou então o comentário seguinte aos prantos com a vizinha beata do tipo “Na minha época os jovens não gritavam com as pessoas mais velhas desse jeito!” (detalhe: o cabeludo nem abriu a boca!). Possivelmente essa situação de desconforto entre as duas espécies animais na verdade por ser fruto de um abismo temporal presente entre elas. O que eu quero dizer é que, o fato de terem vivido realidades diferentes cria uma divergência de concepções. É bem provável que, assim como a vovó não curte muito um som do Led, o roqueiro não seja muito apegado a novenas e tudo mais (embora ambos achem Silvio Santos o máximo, mas isso será enfatizado em outro texto). A relação de ódio intrínseca e geralmente unidirecional, no sentido velhas-roqueiro, é algo real. Não dá pra fechar os olhos. O ódio, por sua vez, é que gera o medo que é tão freqüente por parte das velhinhas. O que fazer? Nada (mas uai como assim?). Afinal de contas, quem foi que disse que todas as pessoas devem se amar reciprocamente? Dart Vader que num foi!

Sr. Pepper

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Num leva não pra você ver!


Já parou pra pensar que muitas das coisas que você faz todo o dia, o dia todo, podem não ter qualquer sentido? Ainda não? Então veja bem. O que há de errado com um café gelado? Sua mãe logo fala: “Café frio? Ai que nojo, joga fora isso e coloca mais água pra fazer café! Agora pense: Por que você não consegue beber um café gelado? Porque é ruim mesmo ou porque você aprendeu que é ruim? (ou porque bebidas geladas lhe cortam os dentes ao meio?) Na verdade, assim como o caso do café outros vários padrões de fala são heranças de gerações passadas que são transmitidas ao longo dos anos, em especial de mães para mães (Repare como sua avó poderia ser muito bem sua mãe sem problema algum). Quer ver outra coisa? “Menino, come enquanto está quente!”, ou “Sai do sereno senão você vai constipar!”(Nunca encontrei com esse tal de sereno, até hoje). Mas uma coisa é certa, muitos desses padrões podem ser decisivos para sua sobrevivência em se tratando dessas falas de mãe. Explicarei. Quando sua mãe fala “Leva blusa de frio que vai ventar muito!” tenha certeza de que ela nunca falou tão sério em toda sua vida e que se você não levar, uma tempestade de areia se formará do nada quando você menos esperar cortando seus olhos como se fossem micro-navalhas de aço (ai de você se pensar em desobedecer!). Nunca irá fazer tanto frio! Sabe os períodos de glaciação da terra? Pois é, preciso explicar o motivo deles? Pra você ter uma idéia cientistas utilizaram softwares de simulação para tentar compreender como funciona a lógica dessas situações. Há duas possibilidades. No primeiro caso, em que o rapaz obedeceu a mãe, realmente houve a formação de pequenas brisas que foram eficientemente repelidas pelo agasalho sugerido. Por outro lado, alterando a variável Obediência à Mãe a níveis mínimos e acrescentando o Fator de Dispersão do Caos de Ira Materna (que a partir daqui chamarei de “Praga de Mãe”), o que ocorre com o modelo é algo que simplesmente transcende o limiar da imaginação humana ao que se refere a palavra horror. O jovem da simulação é completamente desintegrado por um ciclone extratropical provocado pela praga de mãe que em dois tempos acabaria sem qualquer problema, por exemplo, com a magnífica cidade de Divinópolis (a Babilônia dos tempos atuais). Aqui torna-se evidente o poder das pragas de mãe, digo, previsões maternas, aparentemente inofensivas e tolas para nós. O importante é que você reflita: considerando-se que toda mãe é mais ou menos igual (dizem que só muda de endereço e corte de cabelo) é provável que a sua também tenha esse poder de evocar as forças da natureza como represália a possíveis desobediências suas. Olho aberto. Pode estar fervendo de quente lá fora, um calor absurdo, inimaginável, mas num leva blusa de frio não pra você ver!

Sr. Pepper

sábado, 11 de abril de 2009

Mentos, Coca e outras coisas.


As cenas que serão exibidas a seguir podem causar desconforto e sensação de “já vi isso antes”, ao mesmo tempo. É quase certo que algum dia, de algum modo, você tenha vivido a chamada Síndrome do Déficit de Reciprocidade Amorosa (ãnh?). Calma! É quase certo que você tenha vivido (ou viverá) uma experiência platônica, ou seja, gostou de alguém muito próximo de você (um amigo, uma amiga), a qual não teve a oportunidade de, digamos, ter uma relação mais íntima (epa! Acalmem-se ai seus safadinhos, íntima no sentido de “mais intensa” e não necessariamente sexual. Um namorico, por exemplo). Quer ver um caso clássico? Pense em um menininho do pré que expressa um certo sentimento de admiração por uma menininha de sua sala. (ora, sejamos corretos! Ele morreria, ou pior, beberia suco de groselha por ela, argh!). Ele a ama desde que a viu pela primeira vez, logo no primeiro dia de aula na escolinha (pra você ter uma idéia, ele abriu mão do boneco do Jiraya, esquecendo-o na caixa de areia para segurar a merendeira dela). Embora o sentimento seja totalmente normal, o menininho teima em escondê-lo a sete léguas do chão (até mesmo porque na cabeça dele, se caso alguém simplesmente desconfiasse disso, certamente o mandariam para a fogueira, sob a alegação de heresia, ou tomariam todos seus KinderOvos, tazos e figurinhas como retaliação). Com o passar do tempo, inúmeras oportunidades surgem para o menininho como que lhe dizendo “Olha só! Já passei por aqui umas catorze vezes e você não fez nada hein?!”, mas ele simplesmente as ignora vendando seus olhos com um “ela nunca olharia pra um fracassado como eu mesmo!” (Tolo). Não sabe ele como a vida por ser tão sarcástica, cômica e cruel (ao mesmo tempo!). Até aqui tudo bem, o menininho que gosta da menininha que aparentemente não gosta do menininho. Mas agora, a grande revelação (que, inclusive, pode te dar a mesma sensação de desespero que se tem ao mastigar um elefante inteiro ou então saber que Caverna do Dragão não tem episódio final)! Passados os anos estudando juntos, depois de todo aquele amor platônico e sentimento de angústia vivido pelo jovem, ele acaba descobrindo que a menina também sentira o mesmo (droga!). Isso mesmo, pasmem! E então, é aqui que nosso texto se torna uma trágica novela mexicana. Chorando, desesperado e gritando aos berros “porquês” que são ouvidos aos quatro ventos, o menininho numa tentativa desesperada de acabar com sua própria vida, faz o pior. Fadado ao fim, calmamente ele ingere duas pastilhas de Mentos e, sem pensar duas vezes, vira dois copos de Coca-Cola (é o fim dele, não tem jeito!). Lamentavelmente, as inofensivas substâncias isoladas se unem formando um composto altamente explosivo e confluindo na formação de um gêiser gastrointestinal, que irrompe das entranhas de nosso jovem, apagando o brilho de seus olhos para sempre. Seria diferente, e menos trágico se ele tivesse ouvido seu coração (seu imbecil vai lá, eu sei que dá!). Mas não! O medo acabou impedindo-o de fazer o mais lógico e correto, ou seja, dizer o que ele sentia. A todo o momento isso pode ocorrer conosco e embora pareça jargão romântico ou livro de auto-ajuda, o fundamental é que você ouça seu velho coração e não deixe de viver em função do medo. Faça suas escolhas, tome suas decisões, sem medo de que as coisas dêem erradas, porque como diria Murf (parafraseando o saudoso papai Smurf), se tiver de dar errado, elas vão dar errado (não tenha dúvidas). Aprenda com elas.

Sr. Pepper

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Idiotização x Baú da Felicidade


O que há de errado em ser idiota? Se você é um tiozão com seus quarenta e poucos anos e sua típica mochila adiposa (sim, não me venha falar que o que você tem é uma pochete, isso era quando você tinha bem seus 22), fruto de anos de uma árdua rotina de beber um líquido amargo e aguado que não tem qualquer tipo de atrativo quanto ao sabor e que teima em deixá-lo magicamente “alterado” a cada vez que você o desafia (a quem estou enganando? Eu sei que o tiozinho trocou tudo isso ai por “apreciar uma bela cerveja”), se você é uma dessas pessoas talvez não compreenda nem 23,75% do que direi. Caso contrário, há grandes chances que você, meu jovem ou minha jovem, compreenda e talvez concorde com algumas coisas. Pode ser imbecil, pode ser idiota, pode ser ridículo ou até mesmo infantil, mas as coisas imbecís são mais poderosas do que se pode imaginar. Quantas vezes você já não riu horrores de coisas ou situações absurdamente caricatas em sua vida? Quantas vezes você já não tentou, sem sucesso, segurar aquela risada escrachada ao ver um engomadinho metido tropeçando e se esborralhando no chão (isso é fantástico: o olhar pós-queda de “pelo amor de Deus tomara que ninguém tenha visto!” seguido de uma lágrima gentil)? Pode ter certeza, é mais fácil zerar Enduro, aquele jogo de carrinho do excelente Atari que por sinal não tinha fim, do que segurar a atrevida gargalhada. Minha pergunta é a seguinte: isso não te fez bem de alguma forma? O fato de rir? Muita gente desaprova, olha torto, se benze umas três vezes, acha um absurdo, mas no final das contas todas essas atitudes são tão hipócritas quanto o sorriso do Ronald ou os arcos dourados do Mcdonald’s. Quer um sorriso de verdade? Dá uma olhada na cara de felicidade do velho Habib’s, é outra coisa! (até parece que logo em seguida ele vai soltar um sincero “Eh seu filho da mãe, só na bib’esfirra né?! hehehe”). No fundo, os que nos desaprovam também querem se contorcer de rir dessas situações, mas são oprimidos pelo que eles acham que os outros possam achar a respeito deles (achismo demais!). Situações que nos remetem à diversão como vídeos engraçados, piadas ruins, momentos cômicos, na maioria das vezes salvam nossas vidas do que poderia ser um marasmo depressivo tão profundo que vocês não fazem idéia (praticamente um show de um Oasis da vida: o momento mais empolgante é quando um dos caras começa a tocar morbidamente uma meia lua sem sair do lugar, é claro). A diversão torna nossa vida mais interessante. Nesse sentido, a internet é um caso à parte e porque não, uma dádiva. Apesar de suas vantagens, a quantidade de coisas inúteis é assustadora. Por outro lado, a quantidade de coisas inúteis “úteis” (no sentido de nos alegrar) é maravilhosa. Nerds estão a todo o momento trabalhando arduamente e esperando um lampejo de criatividade para que, com seus avançados conhecimentos em informática, possam adicionar sabres de luz aos vídeos, fazer edições, criar personagens (olha a saga de Chuck Norris, herói que há pouco mais de dez anos andava esquecido de nosso imaginário), histórias, ou seja, verdadeiros mecanismos promotores de riso (e em alguns casos diuréticos também, quando urinamos na roupa de tanto rir). Nas mãos desses gênios indomáveis, um simples vídeo sem graça de um gordinho insano que se acha o mestre dos bastões, se transforma em um incrível e engraçadíssimo vídeo de um drunken jedi extremamente habilidoso com o sabre de luz (assistam, pelo o amor de Deus!). Não me alongarei com os exemplos, pois embora eles sejam vários, todos servem a um mesmo propósito: tornar-nos um pouco mais “idiotas” e, dessa forma, mais felizes (tente relevar o sentido pejorativo do termo). É essencial, que você se divirta (também) com coisas idiotas. Não estou dizendo que você precisa ser o palhaço da turma ou que você tenha de achar graça de tudo, apenas que, se você achar graça, achar divertido, não se contenha (não se reprima, já diziam os sábios garotos menudos). Meu conselho é: seja estúpido, na medida do possível, e rache de rir sempre que tiver uma oportunidade. Caso opte por não seguir o conselho, você pode (como muitos que buscam a felicidade) ajudar a expandir e enriquecer o império do senhor Abravanel, adquirindo o Carnê do Baú da Felicidade em qualquer uma das agências lotéricas, pago em 12 meses, e que dá como prêmio caixas de ovo, digo, barras de ouro, que valem mais do que dinheiro!

Sr. Pepper

domingo, 15 de março de 2009

Aberta a temporada de caça aos imortais


Declaro aberta a temporada de caça aos humanos! Isso mesmo, humanos. Não patos, não gatos, não ratos, apenas humanos. Pode parecer bem absurdo o que vou dizer nas próximas linhas, mas eu acredito que os seres humanos, em toda sua extensão, com seus quase sete bilhões de indivíduos, não passam de conjuntos de copias modificadas. Calma, (antes que queira me agredir verbalmente com termos de baixo calão) não estou dizendo que só porque você talvez se pareça com o Woody Allen, seja uma copia intrínseca dele e tenha talento para produzir obras-primas cinematográficas e “piadas-puxa-piadas” engraçadíssimas como só ele o faz (isso foi sarcasmo!), ou mesmo que se você de longe lembre a Winehouse, possa agredir a todos sem escrúpulos. O que estou tentando dizer é que é absolutamente normal que ao longo de sua vida você encontre seres humanos muito semelhantes a alguns que já conhecia (como naqueles jogos de RPG, onde a maioria dos personagens parece ser sempre composta pelos mesmos “tipos”, daí a possibilidade de sósias, dublês e tartarugas do Mário Bros). Isso acaba por desencadear uma série dos chamados dejà vu (do francês “já visto”) que podem variar de freqüência e intensidade para cada pessoa. Você tem certeza que não tem um colega muito parecido com alguém famoso, ou mesmo com um desenho animado? (pense bem, deve ter um tio que é a cara do Marrone da dupla sertaneja, é um dos tipos mais comuns existentes ora!) Pode falar vai, você nunca chegou a pensar que algum estranho da rua fosse um amigo seu de infância? (Visualize: GRANDE RAPAZ! HÁ QUANTO TEMPO EU... eh... há quanto tempo... eu num to querendo saber quantas horas, por favor?). Acabamos não dando importância a esses pequenos eventos, razão pela qual talvez ainda estejamos vivos (Olha o Neo ou “Mister Anderson”, como queira! Foi reparar nisso e foi literalmente cegado pela Matrix). Situações de “dejà vu” não são tão raras assim (como dragões brancos de olhos azuis, ou pior, fuscas conversíveis amarelos). Na verdade elas estão em toda parte, basta percebê-las (seria mais como as Tortuguitas de chocolate: ainda fabricam, ainda vendem, basta procurar no lugar certo). Mas pode acontecer por vezes o seguinte: um rapaz pergunta a uma jovem se eles já não se conheciam. Ela então acha a pergunta um despautério dá um grito e atira (sem pensar duas vezes) todo o conteúdo de seu poderoso spray de pimenta “sabor” barbecue nos olhos do sujeito, fazendo-o lacrimejar e ter tiques no olho esquerdo para o resto da vida (coitado, apesar de ter soado como uma cantada, ele apenas tinha presenciado um autentico dejà vu e nada mais). Mas o que gostaria de destacar desses “clichês”, “lugares comuns” é outra coisa bem mais interessante. Você já reparou que algumas celebridades parecem ser, digamos, imortais? Pense bem: porque o tempo tem sido tão bondoso com pessoas como Faustão, Xuxa, o rei Roberto Carlos, Sidney Magal, Niemeyer, Herbert Richards, Fidel e o nosso caro e digníssimo Silvio Santos, pra num falar outros mais. Teóricos do assunto e especialistas em teoremas da conspiração (algo que comentarei em textos futuros) pensam na possibilidade de um complexo esquema de sósias desses imortais que são trocados em média a cada 50 anos (o que faz sentido, se pensarmos que nossa querida Derci Gonçalves viveu cerca 632 anos e que talvez ela tenha sido tirada de cena pra não dar muito na cara, erro que já haviam cometido com o senhor Matusalém). Sósias atrás de sósias, treinados sistemicamente para nos transmitir serenidade, tranqüilidade e paz. Imagine o mundo sem Silvio Santos! (embora o consenso geral seja que Silvio na verdade é um andróide e que o microfone chumbado no tórax, que nunca sai pra nada, é um ponto fraco em sua camuflagem humana de silicone de alta ductibilidade). O esquema seria uma tentativa de prevenir o mundo do caos? Mas quem faria isso? Não sei. Não dá pra dizer se isso tudo é balela ou não, mas a verdade é que Billy Shears, esse ultimo sósia do Paul McCartney, apesar de pegar no cigarro com a mão errada, a direita (uma vez que Paul era canhoto) é igualmente habilidoso, e manda tão bem quanto o velho “besouro”.

Sr. Pepper

segunda-feira, 9 de março de 2009

Sem desmerecer as peripécias de Pelé e companhia


Não sou um "cabeçudo" em evolução, mas escrevo com o peso de um leitor entusiasta que sou dos temas relacionados (que por sinal, não é tão grande por isso releve os eventuais deslizes). O ano de 2009 traz consigo uma situação ímpar: comemoramos os 150 anos de uma das teorias mais revolucionárias da história, que mudou toda a forma de como entendemos o mundo a nossa volta: “A Origem das Espécies por meio da Seleção Natural”, que quebrou uma série de dogmas e paradigmas há muito enegrecidos pelo tempo (dentre os quais o dilema do punhal do fofão ser macabro ou não, e o provérbio: porque “tudo junto” se escreve separado e “separado” se escreve tudo junto). Ao mesmo tempo temos a honra de contemplar o bicentenário de uma das mentes mais prodigiosas de todos os tempos, ícone das ciências naturais, o caro Sr. Charles Robert Darwin. Manifestações comemorativas estão por todas as partes, e os equívocos, creio eu, também (nessas horas a Globo se supera de forma tão maestral!). Vendo um documentário sobre o tema ouvi um absurdo que me deu náuseas (não encontrei um meio com o qual pudesse digerir a informação. Pareceu-me, sinceramente, o bife detetive de uma tia minha: frio, duro e com nervos de aço): “A espécie humana é a única que consegue e sempre conseguirá driblar o mecanismo da seleção natural”. De fato, parece um tanto lógico se pensamos no homem como humanidade e considerarmos a sua evolução cultural. Ora, se ocorrer um inverno rigoroso, construímos abrigos e nos aquecemos com o fogo que “descobrimos”. Se a fome é intensa, desenvolvemos a agricultura e outros métodos para conseguimos tirar sustento (ou simplesmente fugimos felizes para o McDonalds ou Bob's). Mas e se falta água? Se surge uma nova cepa de determinado vírus, o qual poderemos não ter a capacidade de desenvolver a imunidade necessária a tempo ou fazer a contenção daquele? E se um bloco de rocha espacial de alguns milhares quilômetros de diâmetro colide com a Terra, mudando totalmente as condições atuais (o que é absolutamente plausível, tendo em vista a quantidade de migalhas de planetas que vagam pelo espaço)? O que me parece, é que subestimamos esses eventos e alguns deles chegamos a ridicularizar nas produções hollywoodianas sob a mascara de galãs (embora Elijah Wood como Leo Biederman em Impacto Profundo não seja um deles, propriamente dito. Apesar do furinho no queixo e olhos claros, a barba cerrada de sempre parece fazer falta ao garoto). Catástrofes podem, sim, acontecer a todo o momento seja por questões naturais, seja pela nossa interferência (que, aliás, é por vezes inflada pelo nosso ego ferido). Sim, a todo o momento ouvimos alguém dizer desesperado com todas as palavras: “Meu Deus do céu, estamos acabando com o nosso planeta!”. Será? A verdade (penso eu) é que é um tremendo misto, não de presunto e mussarela, mas de arrogância e prepotência pensar dessa forma. Quem a gente pensa que é para ser digno de tal proeza? Se os recursos necessários à nossa sobrevivência na Terra não forem usados de maneira consciente (e não estão sendo) e assim esgotados, a única coisa que vai sumir, além de uma grande parcela da biodiversidade, que infelizmente não tem nada a ver com isso, será a humanidade. Não tenho dúvidas de que em menos de um mísero milhão de anos (tempo irrisório na escala temporal da Terra) tudo aquilo que construímos e com o qual batemos no peito de orgulho, simplesmente desapareça e a vida siga seu rumo de alguma forma (ainda que diferente do atual). As coisas não costumam durar tanto tempo assim (é como seu carrinho de controle remoto, você achava que seria pra sua vida inteira até seu cachorro degustá-lo com um pouco de molho pardo). Imagine um edifício, por mais moderno que seja sujeito a intempéries como chuvas, insolação, ventos, durante um período de 100.000 anos sem manutenção (isso pra num falar em um tempo maior). Imagine oceanos e continentes inteiros trocando de posições como que dançando (coisa que nunca pararam de fazer), inundando cidades inteiras, países inteiros e queimando com o sol o que antes era fundo de mar. Em muitas das vezes esquecemos que o próprio tempo de existência da espécie humana não é nada dentro da história da Terra (seriamos um trailer de curtas da Pixar enquanto a Terra seria um série de intermináveis temporadas de Malhação) e que, apesar de todas as mudanças que temos causado e de todos os nossos "dribles"(sem querer de forma alguma desmerecer as peripécias de Pelé e companhia), o planeta continua vivo, ao seu modo, mas continua vivo.

Sr. Pepper

segunda-feira, 2 de março de 2009

Nunca deixe de ir ao Bate-bate


A gente nunca pensa que os sinais da velhice vão chegar e quando menos se espera, somos velhos, fazendo coisas de velhos (assistindo Survivor, jogando bingo, ou dizendo “no meu tempo as coisas eram diferentes...”). Digo isso por experiência própria. Lembro-me, por exemplo, como se fosse ontem do tempo em que tinha um monte de frescuragens em relação à comida (talvez o dilema a seguir não seja tão estranho para você). “Ah não mãe, cebola não! Não quero!”, “Mas filho, o que a cebola fez para que a odeie tanto?”, “Bom...ela faz um barulhinho quando se mastiga!”. É interessante como esse discurso parece tão absurdo quando se envelhece um pouco. Aposto que se você fazia isso, agora não faz cerimônia alguma quando te oferecem uma porção de fígado acebolado casado com uma cervejinha bem gelada. Há outros exemplos gastronômicos: o lendário brócolis, largamente temido quando somos pequenos (afinal de contas, nossa incrível imaginação nos faz o grande favor de transformá-los em terríveis Ents da terra média, loucos para comer nossas vísceras com colheres de chá). Vejam só, crescemos e ele já não é tão assustador, sendo inclusive considerado delicioso, se acompanhado de um franguinho grelhado com arroz branco. E com as bebidas? Sabe a coca-cola que você bebia horrores, sei lá, três, quatro litros em uma única festa? Agora, com um copo e meio você está entupido, com a sensação de que vai explodir ao menor movimento (um tio meu realmente explodiu como se fosse aqueles balões de bala durante uma festa, foi uma lástima). Mas podemos pensar também nos aspectos comportamentais que surgem com a maturidade. Se você leitor for homem, saberá do que estou falando, se for mulher basta prestar a atenção em seu pai, ou qualquer outro homem mais velho por alguns momentos. Os homens quando envelhecem adquirem certas capacidades (e peculiaridades) que antes não possuíam. Observe, por exemplo, seu pai ou irmão mais velho logo após uma farta refeição. Ele pára pra dar aquela assentada na comida em frente à TV e sem querer ou fazer esforço algum (e de forma totalmente irracional) ele dá o que poderíamos chamar de “Tomada de ar”, como se tivesse soluçando, mas de forma estranha. Ele simplesmente captura cerca de 83,75% do oxigênio disponível no recinto (movimento este que emite um som parecido com um “hâaap!”, muito semelhante a um anfíbio se alimentando). Todos os pais fazem isso, mas de modo geral todos os homens, com a chegada de certa idade. Há outra habilidade de pai, que não deixa de ser de homens velhos. Façamos um teste: o que seu pai lhe diz quando você pergunta se pode fazer determinada coisa (exemplos: “pai posso destruir seu carro novo com a enxada do vô?” ou “pai posso pular do terraço com essa asa de pegasus azul que fiz de papel marchê?”)? A resposta é bem clara, ele nem olha pra você e diz “Pergunta sua mãe, se ela deixar...” Além disso, quando um homem torna-se pai, surge milagrosamente uma nova estrutura um tanto primitiva (semelhante a uma cauda enrolada à cintura pélvica) que será uma característica morfológica altamente adotada como meio de retaliação às travessuras de filhos: o temido cinto. É sempre assim, você faz a capetagem que for, mas independentemente de qualquer coisa, se você for punido por isso com uma surra de cinto, você sentirá muito e nunca mais a fará novamente (seqüelas graves ficarão além, é claro, de uma simpática marca eterna em seus glúteos, carinhosamente deixada pela amável fivela do cinto de seu pai). E assim eu poderia ficar horas falando dessas apomorfias de homem velho. Muitas dessas características ou comportamentos surgiram sem que você perceba, mas uma coisa é muito importante. Se você já apresenta alguns desses sinais patológicos, fique calmo e procure seu médico de confiança imediatamente, pois você corre grande risco de estar envelhecendo. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de o tratamento ser eficaz. (Ah sim, você quer saber sobre o tratamento?!) É bastante simples. A maioria dos especialistas predica duas horas diárias de Donkey Kong, ou uma ida a um parque de diversões a cada seis meses. Mas nunca deixe de ir ao carrinho de bate-bate, isso é essencial para diminuir consideravelmente a concentração de velhice em seu espírito.

Sr. Pepper

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Estudar demais leva à insanidade


Um dia desses estava assistindo a um episódio de “The Big Bang Theory”, série que mostra o cotidiano de dois jovens gênios da física que passam a conviver com a nova vizinha não tão nerd (recomendo a todos que assistam e passem mal de tanto rir). No episódio em questão Sheldon, um dos personagens (o mais hilário pra mim), faz um comentário fatídico acerca dos supervilões de historias em quadrinhos que me chamou a atenção. É incrível a quantidade de supervilões com alguma pós-graduação. Um exemplo, o caro doutor Otto Octavius, mas conhecido como Doutor Octopus, um dos primeiros vilões em “Homem Aranha” (estreando logo na terceira revista), ou então o Victor von Doom, o Doutor Destino em “O Quarteto Fantástico”. E dessa forma poderíamos ir além se consideramos não apenas titulações, mas sim nível de conhecimento, pois assim teríamos no seleto grupo ninguém mais ninguém menos que nosso caro Saruman, o mago branco de alto escalão de Isengard (que também se voltou para “O lado negro da força”, uma república estudantil fundada por Darth Vader, nosso eterno Anakin Skywalker, estudante de Geografia da Universidade Federal de Pirenópolis). Todos eles gênios e todos eles, igualmente, insanos. Seria uma conseqüência do excesso de conhecimento? Vejamos, pare para pensar um pouco, você deve ter tido um amigo assim. Aquele gênio que tirava total em tudo, que no recreio ficava conversando sozinho com esquilos imaginários (ou melhor, fugindo deles), que no meio da prova quando todos estavam em silêncio soltava um “Pare de gritar comigo!” que ecoava pelo espaço e causava a todos um frio na espinha de se contorcer. Pense bem, pois ele pode estar a um passo de se tornar um supervilão (ele acabou de fazer mestrado agora há pouco) e você pode, sem saber, estar a um passo do fim. Como você foi pra lista negra dele? Excelente pergunta! Naquele dia, na oitava série, em que você riu do comentário dele sobre a Doriana na verdade ser uma argamassa de nano-robôs, parte de um estratagema para a dominação do mundo pelas margarinas (Ele estava certo, em 2023 isso realmente acontecera, criando uma devastação total, e levando a morte inúmeras maioneses). É claro que você não se lembra, mas ele sim, e está louco para promover sua vingança a todos aqueles que de alguma forma o magoaram ou o rejeitaram (a loirinha que sentava na primeira carteira, que riu quando ele disse quase chorando que a amava desde sempre, é a primeira da lista. Fique tranqüilo, você é apenas o...vejamos...terceiro). Mas o que gostaria de dizer na verdade com isso é que estudar demais, em excesso, talvez não seja uma vantagem “tão” grande, do ponto de vista biológico. É óbvio que em um gráfico, em boa parte dos casos o grau de estudo é inversamente proporcional a taxa reprodutiva do indivíduo. Olha como os coelhos são felizes, e igualmente burros ou como os nerds estão sempre acompanhados de belas garotas (isso foi uma piada, só pra deixar claro). E se considerarmos conceitos básicos da teoria evolutiva, partindo-se do pressuposto que o objetivo de cada indivíduo de determinada espécie seria a sobrevivência e a reprodução (ou seja, passar seus belos genes pra frente) é claro que você não gostaria de uma taxa reprodutiva muito baixa. Talvez você pense “esse cara deve ser um malandro sádico que num faz nada”, mas o que quero dizer é que você deve estudar, mas nunca de forma abusiva. É como costumo falar aos meus amigos: você deve “estudar pra viver” e não o contrário, “viver pra estudar”. Seria loucura! Estude por gostar de algo, e não pela simples obrigação, pois afinal de contas, tanto a Marvel quanto a DC Comics estão abarrotadas de nerds que se intitulam supervilões à procura de um espaço nos quadrinhos.

Sr. Pepper

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Seriamos nós frankensteins?


Você se considera estranho? O que acha de si mesmo, do seu jeito, das coisas que você fala, das suas manias? O que escrevo hoje não é nenhuma inovação tecnológica ou alguma fantástica descoberta científica (talvez daqui a um tempo, quando encontrarem um meio disso ser útil na culinária francesa), apenas algo que me veio na minha cabeça em mais um momento de insanidade. Todo mundo já ouviu isso algum dia, que somos a soma de nossas experiências vividas ao longo do tempo. Concordo, mas acho que podemos ir um pouco além disso. Acho que somos um complexo formado de partes de todos aqueles que nos rodeiam e nos quais nos espelhamos por admiração (uma espécie de mosaico psicodélico ou um saudoso megazord). Isso é claro, por exemplo, quando somos pequenos e nos espelhamos em nossos pais. Até então, não temos nossa própria personalidade e se a temos, é de forma muito basal, assim o que fazemos nada mais é que copiar tudo aquilo que vemos, até as idiotices (somos até ai apenas louro-josés, sedentos por coisas novas a aprender). Lembra do seu tio chato, ele adora ensinar palavrões pro seu priminho mais novo “Olha que gracinha ele falando palavrão”. Ao crescermos, achamos que nossa personalidade está formada, que ela é uma caixa lacrada privada de modificações quando na verdade não, estamos sempre sujeitos a elas (seria como o pacote de atualização do Windows. Está sempre lá, com aquele ícone amarelo chato piscando no canto e emitindo balõezinhos que te dão nos nervos, dizendo que você pode continuar fazendo suas coisa no pc e blá blá blá). Um bom exemplo está na fala. Passe uma ou duas semanas com uma linda menina de sotaque paulista e você com certeza pegará os “eres” cantados entre as palavras (e não mais os “errrres”, habituais da capital mineira). Passe um bom tempo com seus amigos e você se apropriará de parte das suas ações, de suas manias, de seus trejeitos (e de suas loucuras também, por que não?). Coisas que você fala, coisas que você pensa, coisas que sente, tudo isso um miscelânea de personalidades diversas as quais você admira (é tipo a sopa estranha da sua vó que você acha que vai desandar mas no final, mesmo misturando aqueles ingredientes que juntos são altamente explosivos, dá certo e fica bom pra caramba). Mas é preciso ter cuidado. Uma vez ouvi o seguinte: pense duas vezes antes de convidar alguém para ir à sua casa. Sabe por quê? Porque boa parte da poeira nos cantos da sala, nos móveis, no abajur, nada mais é que resto de pele humana. Isso mesmo, células epiteliais que morrem e são trocadas a todo o momento caindo constantemente em qualquer lugar. Estranho, talvez nojento, mas verdade (além de ser uma metáfora bastante apropriada). Da mesma forma, pense antes de escolher seus amigos, você será reflexo deles de alguma forma, ainda que timidamente (o que não implica em dizer que você necessariamente usará o conjunto ridículo cabelo-grande-e-óculos-de-bolinha do seu amigo). Assim, aconselho que você selecione bons amigos da forma mais simples: tenha muitos deles, selecione e conviva com os melhores, converse com os bons e descarte os desnecessários, os invejosos (a nova versão de Baygon pode lhe ajudar um pouco a repeli-los, dizem que é igualmente eficaz contra vermes). Quase me esqueço, há outro ponto importante. Embora esteja sujeito a essas pequenas variações, você possui uma essência que não muda nunca (é como se você fosse um cubo mágico, as faces podem mudar aleatoriamente como você bem quiser, mas você ainda é um cubo mágico). Não a perca. Conheço pessoas que mudaram do nada, sem qualquer aviso prévio, seja pelo convívio com novos amigos ou uma nova namorada, seja pela empolgante nova temporada de Lost (conheço o caso de um jovem que conheceu uma abelha, não deu duas semanas ele fez uma muda, ganhou asas e fugiu com ela pra Abelhópolis. Depois disso nunca mais o viram). Não mude radicalmente, isso é game over demais. Seja mutável, mas sempre conserve essa essência, afinal de contas somos um monte de frankensteins quem mudam o tempo todo, e o que permanece é apenas o vital parafuso no pescoço.

Sr. Pepper

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Esses olhinhos mirradinhos...


Gostaria de pedir um minuto da atenção de vocês. Eu poderia estar roubando, matando, agredido seus ouvidos com musicas demoníacas (funk), fazendo misto de presunto e mussarela, plantando batata, vendo se você está na esquina, mas não, hoje estou aqui pra falar um pouco de moças. Quando digo “moças” entenda de todos os tipos, magras, gordinhas, altas, baixas, bonitas, feias, chatinhas, enfim de moças. Todas elas (creio que sem exceção) têm a incrível habilidade de literalmente misturar nossa cabeça da forma mais complexa possível com uma colher de pau. Nosso cérebro talvez seja do ponto de vista feminino (razão pela qual desconheço totalmente), uma excelente matéria prima para deliciosos mousses de chocolate (talvez pelo fato de que, sendo a água o componente majoritário no cérebro, é claro que é muito mais fácil usar um pedaço de cérebro do que um copo d’água da torneira. Ora, sabe-se lá de onde vem a água ou quem nadou nela). Elas nos deixam totalmente confusos em alguns momentos (o binômio de Newton de textos passados chega a ser ridículo se analisarmos o grau de confusão causado pelas moças). E no final das contas quem dança somos nós os homens, no bom sentido é claro (e o vovô lendo o texto ao ler “dança”, logo já se empolga com a idéia de um garboso bolero). Tenho quase certeza de que você já foi “pego” por uma delas ou pelo menos já viu alguma. Elas te deixam embasbacados, estupefatos, sem ação e na melhor das hipóteses fazem com que você se sinta jovem de novo e, portanto, feliz (quando ainda brincava de hominhos com dois ou três guarda-chuvinhas de chocolate e uma caixinha de Chiclets no bolso). É o que importa. Se seu amigo a acha muito feia ou com a maxila um pouco projetada pra frente a mais que o normal, se sua mãe implica com ela falando que ela não serve pra você e que não sabe cozinhar (ou mesmo não tem o tipo de nariz apropriado), não importa, ela te faz feliz (e é só isso que importa). Ela sabe quando você precisa dela e, melhor, ela sabe o que precisa fazer nessas horas. Se você tem uma moça assim, parabéns meu jovem, você já encontrou a sua, caso contrário não se desespere (suicídio a essa altura só acabaria com a festa de todo mundo). Mas você que já encontrou a sua, não coloque tudo a perder, dê atenção a ela, a ouça, a faça rir, cuide dela. Muita gente fala por ai que pessoas desse tipo, que se completam e se dão extremamente bem, são aos pares e raramente se encontram (ou seja, você teria uma moça ideal pra você no mundo inteiro). Entretanto, de acordo com uma experiência realizada por cientistas pagãos em algum canto da Bósnia oriental logo após a idade média, comprovou-se cientificamente que cada homem na face da terra tem a possibilidade de encontrar durante toda sua existência exatamente 1,72 moças de qualidade (dessas aí de cima, aquelas com as quais você se casaria facilmente). Ou seja, vacilou com a primeira, já se deu mal, só lhe restam 72 % de moça (o que pode ser desesperador, quase que um KinderOvo sem brinquedo ou aquela fantasia de batman do seu primo extremamente curta). Já é um motivo bastante pertinente pra que você cuide dessa mocinha aí do seu lado com esses olhinhos mirradinhos, essa aí mesma, que realmente gosta de você (Alguns carcamanos trogloditas ainda conseguem, sabe-se lá como, magoar essas mocinhas, desperdiçando a chance de serem felizes pelo resto da vida). Para os demais, aqueles que almejam encontrar sua pequenina, fica o conselho: arrisque, não perca a oportunidade se acha que a encontrou e de forma alguma a magoe (não seja estúpido), afinal de contas 28 % de não-moças pode ser bem desagradável além de fazer muita falta, provavelmente.

Sr. Pepper

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tenho certeza de que nada é certo.


Se você me perguntasse se existem verdades absolutas ou certezas na vida, eu lhe diria que provavelmente não sou a pessoa mais adequada para responder. Eu acho que não, tenho certeza disso (apesar de certezas não existirem pra mim, mas enfim). Não dá tempo pra ter certeza de algo, a vida é muito curta pra isso, é como uma garrafa de álcool aberta: aos poucos vai evaporando, se esvaindo e quando menos percebe, a garrafa está vazia (o velho bêbado ao seu lado a bebeu sem que percebesse). Indo além, a vida me parece mesmo com um yakult: é bom pra caramba, mas vai ver se dura muito sendo daquele tamanho! (não entendo porque até hoje não fizeram um litrão. Já me disseram que isso poderia gerar a terceira guerra mundial, mas imaginem só!). Realmente é muita curta. Nada muito melancólico, ou pessimista, apenas realista. Mas deixe-me chegar ao ponto em que pretendo. Outro dia estava conversando com um amigo, ruim de bola, mas ainda sim um excelente amigo e chagamos em um ponto da conversa em que ele comentou sobre um tal gato, muito famoso na Física. Dei-me por conta mais tarde que aquela teoria tinha muito a ver com alguns devaneios que vinha tendo a respeito dessas questões relativas a certezas, incertezas e tudo mais. Não sou teórico da área, mas pelo que entendi a história é a seguinte (e se algum físico leitor encontrar algum erro aqui me avise, por favor, que dignamente comentei um seppuku, sem o menor problema). Há algum tempo atrás foi proposto um modelo experimental imaginário, que teve grande repercussão no meio cientifico. O gato de Schrödinger, que consiste um gato que é colocado em uma caixa hermeticamente isolada contendo uma ampola de cianeto hídrico (mortal) e um martelo que por sua vez é acionado por um dispositivo baseado na recepção de partículas alfa. Até ai tudo bem, apenas uma maquina de matar gatos muito arrojada. Entretanto o dilema começa por aqui. As partículas alfa são geradas por um átomo radioativo que têm 50% de chance emiti-las (o que trocando em miúdos, significa que elas podem ou não ser emitidas a cada uma hora). A questão é a seguinte, como sabemos se o gato está vivo ou morto? Para a química quântica não podemos desprezar nenhuma das duas possibilidades (“seria um absurdo!”, gritaria o nerd), o que equivale a dizer que o gato estaria (por incrível que pareça) morto e vivo ao mesmo tempo. Até abrirmos a caixa não há como saber se ainda temos o gato intacto (com cara de quem lhe diz “você enlouqueceu? O que pretendia fazer?”) ou apenas um corpo inerte e frio, esboço de um “ursinho carinhoso” gélido. Loucura, mas realidade. Mas afinal de contas, que diabos isso tem a ver com certezas da vida? Para nós, meros mortais que não permeamos pelo mundo da física, pode ser feita uma adaptação das conclusões bastante prática para nosso cotidiano que seria a seguinte: quando estiver com aquela dúvida se deve ou não falar com aquela menina que gosta, quando não souber se compra um steak de frango (que foi o que sua mãe pediu pra você comprar: “Não compre nenhum outro, apenas o de frango. O de FRANGO!!!”) ou aquele super novo steak de avestruz em oferta (que você teria comprado, deixando-a “p da vida” e fazendo com que chamasse o pároco para exorcizá-lo: Esse menino é um demônio!), quando não souber se dá pra zerar Cadillac & Dinossauros com uma única ficha, não pense duas vezes e lembre-se dos quatro bilhões e meio de gatos que deram sua vida em nome da ciência para que cheguemos a uma única conclusão: Não dá pra saber se o gato está vivo ou não sem abrir a caixa. Traduzindo: não dá pra saber se vai dar certo se você num arriscar.

Sr. Pepper

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Também quero um Acelerador de Partículas


Até que ponto a embriagada inventividade humana vai. Até onde a vontade de novos conhecimentos e descobertas irá levar a espécie humana. Chamam-nos Homo sapiens sapiens, a espécie que sabe que sabe (ou acha que sabe alguma coisa), embora não sejamos uma espécie digamos, válida, do ponto de vista científico (toda espécie descrita precisa de um indivíduo no qual serão baseadas as descrições, e este deve permanecer em coleções científicas de museus. Não é o nosso caso, bonecos de cera não valem). Mas esses dias ai ouvi falar de um tal LCH, no bom português Grande Colisor de Hádrons, ou acelerador de partículas como é popularmente conhecido. O maior de todos já construídos (Tá na moda ter um desses, necessariamente maior que os outros já existentes). É uma coisa simples, não ultrapassa de 30 km de diâmetro, 27 mais precisamente, abarrotado de bobinas de cobre, dutos de alumínio, nitrogênio liquido em excesso, enfim, coisa simples. O preço disso tudo é irrisório, apenas alguns bilhões de dinheiros aí. Mas qual a vantagem de se ter um desses? Ai é que está! Aceleradores de partícula são na verdade tentativas de se desvendar a origem de tudo, de se reviver o momento em que a vida pôde ser concebida a partir da formação do universo. Em suma o equipamento funciona da seguinte forma. A teoria se baseia na colisão de partículas atômicas, no caso dois prótons desprovidos de elétrons, que girariam em sentidos opostos. Por meio de eletroímãs ambos as partículas, que atingiriam altíssimas velocidades próximas a da luz, seriam forçadas a percorrer a mesma orbita, e desta forma entrariam em colisão. O resultado disso tudo seria a liberação de uma quantidade de energia absurda, próxima a 100 vezes a temperatura do sol. Após a colisão em questão de segundos seria possível presenciar condições que devem ter existido frações de segundo após o Big Bang (o que faria Stephen Hawking lacrimejar de felicidade e sair saltitando pelos campos de Chateau Villette). Só que nem tudo parece ser uma maravilha. Temerosos renomados por ai falam da possibilidade de fim do mundo, pois a colisão poderia gerar uma espécie de anti-matéria instável ou então, na pior das hipóteses, um buraco negro que poderia absorver toda massa da terra. Os envolvidos no projeto alegam que não, que isso é improvável e que provavelmente o buraco seria tão pequeno e sua velocidade seria tão grande que este simplesmente iria em direção ao espaço sem qualquer tipo de ameaça. Em meio a isso tudo os sapiens podem fica tranqüilos, pois se tudo der errado e o buraco “engolir” a terra, será tão rápido que nem iremos perceber.

Sr. Pepper

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Um brinde ao sacana


Uma das grandes sacanagens da vida além de tirar foto 3x4, não poder quebrar janelas de prédio velho, aturar parente chato, não poder beber leite e comer manga junto (mortal, de acordo com lendas urbanas, mas incoerente já que uma vitamina de ambos cai muito bem), é o incondicional, o repugnante e o ludibrioso Vestibular. É uma covardia obrigar uma pessoa a escolher o que vai fazer pelo resto da vida, tempo pra caramba, aos dezoito anos. O grande carma que persegue a todos nós que achamos que devemos continuar estudando, para ter um futuro próspero e tranqüilo (uma grande ilusão, confortante o bastante para ser considerada). Sinceramente, eu já passei por isso e conheço “n” pessoas que também já passaram e posso lhe dizer com toda a certeza, é um porre. É assustador e sombrio. Não pelo fato de ser uma seleção, afinal de contas é apenas uma seleção, como qualquer outra. É fácil passar, ora essa! Basta saber tudo! Simples e sem segredo. Diria até que nem acho que é difícil passar em primeiro lugar (basta você acertar tudo!). O difícil mesmo é passar em último, ah isso sim é que é. Você tem que saber quantas questões pode errar, quais pode errar e ainda tem de contar com a sorte (que por sinal, pode ter tirado aquele menino gordo da sala uma vez quando, por alguma razão, uma alma do além evocou uma criatura medieval que surgiu nas entranhas de seu estomago e o fez ficar tempo suficiente no banheiro para que não conseguisse terminar a prova. Pobre tolo). Mas como dizia, talvez o último colocado seja até o mais feliz de todos. Ele "quase" não passou, e esse “quase” vai fazer a diferença pelo o resto de sua vida. Mas de modo geral, os candidatos praticamente são personagens de uma peça teatral mas sem os figurinos. Na maioria das vezes é uma encenação só. Um exemplo: Sabe aquela loirinha da sua sala, com quem você comentou uma questão sobre o complicado Binômio de Newton? Pois é, na hora ela disse que não se lembrava muito bem da matéria, mas na verdade seu pensamento era de total desespero pois, as vésperas do apocalipse (leia-se, primeira etapa do vestibular), ela não fazia a mínima idéia do que você falava, o que a fez encher os olhos de água e alegar que o culpado era o coitado do cisco no olho, como sempre. Anos mais tarde, ela percebeu o quanto a pergunta era absurdamente tosca e simples (ela passou, e se tornou uma engenheira física renomada). E assim todos os demais candidatos atuam, até mesmo o nerd da sala que alega não estar ansioso com o evento. Embora saiba o conteúdo das matérias ele está tão cheio de dúvidas quanto você: Será que é o curso certo? A faculdade certa? Será que vão me dar um trote pesado se eu passar? Será que vou virar um boêmio estudantil e me enveredar pelo mundo dos bares?(tomara) Será que vou ser iniciado em mundo inteiramente novo no qual vou poder ter minhas primeiras experiências emocionais, sexuais e afetivas fundamentadas em algum tipo de relacionamento estável ou não? (bom, acho que essa última foi do nerd). Mas o grande problema não está nos candidatos (talvez sim mas de forma indireta), e sim na pressão que todos fazem sobre você. Nem começou o terceiro ano direito e já estão te perguntando se já sabe o que vai fazer da vida (ora, se soubesse você já não estaria fazendo?). Sair e se divertir com seus amigos então a essa altura, aos olhos de todos chega a ser um pecado, pra não dizer blasfema. E sempre tem aquele tio chato que consegue piorar tudo e diz com uma risadinha sarcástica ao final “Eh...escolhe direitinho o curso viu, por que senão...”, e não terminam a frase, o que é pior de tudo. Senão o que? (eu nunca soube). Como eu disse uma tremenda sacanagem. De quem foi a brilhante idéia do vestibular? Não sei, mas um brinde ao infeliz.

Sr. Pepper

domingo, 18 de janeiro de 2009

Pessoas têm medo de pessoas


É incrível como pessoas têm medo de pessoas. Agem como animais, pois de fato o são. Pensantes, como qualquer outro animal (embora alguns ingênuos pensem que macacos não pensam ao usar ferramentas de pedra para abrir cocos), mas reflexivos. Ainda que todo o conhecimento do mundo torne o homem mais sábio, mais esperto e, sendo assim, mais ignorante e imbecil que todos os outros seres (visto pela maneira como agimos ou destruímos o mundo), o homem age como animal, por instintos inatos. Ele nasce, vive e morre assim, por instintos. Repare numa situação cotidiana. Você está no ônibus pra casa com seu MP3 player (atualmente elevado de simples equipamento eletrônico ao status de um vital componente do sistema auditivo. O indispensável mp3, o apêndice auricular do pavilhão externo, mais importante inclusive que os três ossículos já conhecidos, os quais são totalmente dispensáveis). Você está ouvindo sua música preferida, o que faz com que se sinta a vontade para tocar aquela clássica air-bateria acompanhando o ritmo da melodia. Como diriam os jovens de hoje em dia, você está “mandando ver nos solos”. A essa altura existem algumas pessoas perto de você que já se sentiram ofendidas com sua introvertida apresentação musical. Aquela beata logo à frente, por exemplo, já se benzeu duas vezes, e senhor de terno cor caqui de tecido Oxford (mais conhecido como forno-auto-sustentável-ao-meio-dia) sentado no banco do lado de lá com certeza já pensou que você tem algum tipo de problema mental ou de coordenação motora. Você está só no meio da música e as pessoas já te odeiam tanto que você nem faz idéia. O cobrador aos sussurros já pediu ao motorista que parasse o ônibus duas vezes e disse que ganhava muito pouco pra ter que aturar uma hipocrisia dessas. Os que entram no ônibus automaticamente sentam o mais longe possível de você. Mas por incrível que pareça, não somente de você, e sim de todos os demais presentes no veículo. Isso mesmo, o problema não é com você. O de terno e a beata se odeiam tão reciprocamente, assim como sempre odiaram o cobrador, desde o dia em que nasceram, que por sua vez também os odeia amavelmente. É um fenômeno que poderíamos chamar de “circulo de auto-proteção contra infecção a partir de outros humanos”, ou “halo preventivo de perniciosidade humana”. É essencialmente simples e funciona da seguinte forma. Se existem dois humanos em um local, um terceiro ao se alojar no espaço disponível entre ambos o faz de modo a calcular a medida entre estes primeiros e estabelecer uma média entre os dois pontos, de modo que ao final ele ficaria o mais distante o possível de ambos. É como eu disse: humanos têm medo de humanos. Não é pelo simples fato de você ser diferente, ou tocar air-bateria, de maneira alguma. Não se sinta ofendido se o olharem diferente para você ou se afastarem, eles apenas têm medo. Eles consideram absurda a idéia de que você possa simplesmente perguntar, por exemplo, que horas são ou onde fica uma rua qualquer. No banco da lanchonete acontece a mesma coisa. Se já existe um humano sentado em um banco, o que chega em seguida sempre pulará pelo menos um banco para se sentar e quando não houver um disponível (a não ser é claro o que fica ao lado de outro humano) ele se sentirá incomodado ou não totalmente confortável durante todo o seu lanche. Medo, puro medo. Talvez resquícios da idade média, tempo em que o cumprimento padrão era o aperto de ante-braços e não de mãos como hoje em dia (nunca se sabia se aquele almocreve teria um punhal ou um zap escondido sob as mangas), mas isso é apenas uma suposição. A verdade é que uma herança ficou e as pessoas continuam tendo medo, naturalmente, medo de pessoas.

Sr. Pepper

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Prefiro as com mais de trinta


Ontem cheguei à conclusão que prefiro as moças mais velhas, as com mais de trinta anos. As moças com mais de trinta são mais seguras de si mesmas, não dependem do que os outros possam dizer sobre elas. São auto-suficientes, mas não egocêntricas. Se elas querem algo, é porque realmente querem e se não querem é porque aquilo não as excita. Elas são um porto seguro para a nossa pequena e velha barcaça imersa na imensidão de um oceano límpido e infinitamente azul. São confiantes, determinadas e estáveis, em todos os sentidos. Não são como as garotas mais novas que se prendem a você pelo simples prazer da admiração física e do desejo corporal. Não. As mais velhas, com mais de trinta, não se importam em dizer que apesar de você ser feio o bastante para ser comparado a um furão ou qualquer outro tipo organismo vivo ou não, ela te achou interessante, com um bom papo, boas idéias e um sorriso cativante. As mais novas não são assim, pelo menos não a grande maioria. Elas ainda não viveram o bastante para saberem o que realmente querem e por essa razão acabam por desejar aquilo que os outros pensam. Você já deve ter passado por uma situação semelhante na qual uma garota nova, linda por sinal, com toda sua graciosidade de menina faceira, lhe lança olhares cruzados tímidos e inocentes (erro seu ao pensar dessa forma), como que lhe dizendo para fazer algo. Você logo fica empolgado, mas ainda incrédulo, ela é muito bonita para você, provavelmente esta se insinuando para o rapaz galã ao seu lado. Automaticamente, você então se afasta do sujeito e qual não é a sua grande surpresa ao reparar que a menina, ao perceber que você havia saído, passa então a procurá-lo vorazmente em meio à multidão, quando então ela o acha e o apunhala onde já havia lhe causado um ferimento. Você está estupefato, pois ela acabou de lhe dar o sinal verde para que se aproxime e puxe assunto. Nervoso, apavorado e tentando raciocinar de forma lógica (tentativa a essa altura absolutamente frustrada) você esboça uma conversa, como que ensaiando uma peça e decide-se aproximar. Você se apresenta, troca algumas idéias, mas percebe que a garota parece não estar totalmente receptiva, o que você com razão estranha bastante, visto a situação anterior. Com o passar do tempo, embora não perceba, você vai caindo no que na verdade seria uma armadilha terrível. E então você comete o pior erro de toda sua vida, você faz a pergunta decisiva, aquela que precisava de floreios e preparação de terreno para ser feita, você pergunta se vocês dois poderiam... Já era. Ela esperava por esse momento friamente o que você percebe ao ver que ela lança um olhar sorridente demoníaco para as suas amigas que, a todo tempo davam risadinhas e sussurravam coisas entre si, provavelmente sobre você. Mas agora já é tarde. Ela cordial, sorrindo sarcasticamente a todo o momento, te deu um fora, pediu para que se ajoelhasse e o executou ali mesmo em frente a todos com uma espada, cortando-lhe a cabeça e perfurando-lhe o coração. O que se vê depois dessa cena, nada mais é que a síntese de toda a amargura e humilhação do mundo. Seu corpo envergonhado procura por sua cabeça pousada imóvel no chão, triste, colocando-a debaixo do braço se retirando para o seu refúgio. É claro que você não foi o primeiro e nem o ultimo a levar o fora daquela encantadora diabinha naquela noite. Você foi apenas mais uma vítima do dia-do-fora, prática desumana e absolutamente normal entre as moças mais novas (que me perdoem as que não fazem isso ou que não se enquadram no estereotipo acima). Mas pra falar a verdade, as moças com mais de trinta, não se dão a esse luxo, são interessantes e inteligentes demais para isso.

Sr. Pepper

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O louco de chapéu


Outro dia alguém na rua me chamou "louco aonde vais com este chapéu?" De imediato respondi de forma direta e objetiva, tal qual agulhas de um tear o fazem "vou para onde quero chegar, portanto, não me atrase, por favor, se não quiser vir comigo, mas se sim, esteja disposto a enfrentar desafios" então o homem com aquela fisionomia maltratada pelo tempo lançou-me um olhar displicente e retrucou? "Mas que tipo de desafios você espera encontrar, para que eu saiba se o esforço realmente vale à pena?" Pensei cerca de três ou quatro segundos, uma eternidade pra mim, e respondi serenamente “não seria adequado se sua pergunta fosse justamente o contrário: Que tipo de esforços você deve investir para que o desafio valha à pena?” O rapaz pareceu confuso e desconcertado com minha resposta, mas de qualquer forma, continuei a andar a passos largos de modo que quando me dei por mim, já estava a cerca de cinco braças de distancia do mesmo, que ao perceber correu para me alcançar. “Mas por que tanta pressa e por qual razão levas este chapéu enorme em sua cabeça?” Cheguei à conclusão que o homem fazia perguntas demais e que era um pouco sedentário ou talvez fumasse, visto que a essa altura já quase colocava os bufos pra fora por falta de fôlego. “O tempo, não é essencialmente importante, ele é apenas um referencial para que possamos fazer nossas tarefas de maneira sincronizada. Quanto ao chapéu, estou indo levá-lo para um amigo, pois eu sei o quanto ele gosta de chapéus, sobretudo os grandes e adornados. Possivelmente, ele pode estar do outro lado do continente”, respondi ao rapaz. Transtornado e atônito o homem quase teve um colapso nervoso e questionou-me “E espera percorrer toda essa distancia a pé, atravessar quase meio mundo, apenas para levar um chapéu no mínimo estranho para um amigo? Mas e quando chegar lá o que ocorrerá? E se o tal amigo não estiver lá, terá sido valido?” Então pousei a mão sobre teus ombros lhe disse “Não é o final que me interessa e sim a trajetória, os diversos caminhos que poderei escolher até que chegue ao fim, e quando chegar, simplesmente chegou. As escolhas, as renúncias me parecem mais interessantes e a tentativa de tomá-las da forma mais parcimoniosa, o desafio mais empolgante.” Com um misto de vergonha e ansiedade o homem, meio sem jeito de falar disse: “E como faço para começar? Qual a minha primeira decisão de minha própria trajetória eu devo tomar?” Olhei com um olhar maquiavélico para o sujeito e articulei “Por que não começa pela escolha de um bom chapéu?”.

Sr. Pepper

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Absurdo experimental


Muitos são os mistérios com os quais nos deparamos ao longo de nossa existência. Por que um simples pão a partir do momento em que recebe uma simples e delgada camada de manteiga, ou qualquer outro tipo de acompanhamento, adquire a habilidade de cair no chão sempre do mesmo lado, o da manteiga é claro. Da mesma forma, por que diabos o gato gordo da sua tia, apesar de toda sua luxuriosa obesidade, cai sempre, e friso bem esse vocábulo, sempre em pé no chão, não importa se você o joga de um edifício de vinte andares ou de uma altura de cinco centímetros. Ele simplesmente se faz cair de pé, imponente e em seguida o olha de maneira arrogante desafiando-o “e agora garoto, de onde pretende me jogar?” Muitos destas questões, possivelmente foram os motivos de guerras centenárias durante a idade média e consequentemente da queda de incomensuráveis impérios. Espantoso seria se uníssemos esses paradigmas numa experiência que poderia mudar a historia do universo e a maneira como percebemos as coisas, não é mesmo? Entretanto, isso já foi pensado antes. Por incrível que pareça, alguns sábios insanos sedentos por sádicas experiências, por volta do século cinco depois de cristo, chegaram a propor um modelo experimental concebido a partir da junção de ambos os absurdos, ou seja, um gato obeso provido de um pão com manteiga em um dos lados, cuidadosamente atado às suas costas. Esse absurdo sem escrúpulos felizmente não teve sucesso e o projeto teve de ser embargado. Após anos de estudos os sábios chegaram à conclusão de que os efeitos colaterais da experiência poderiam ser irreversíveis. Hoje sabemos muito bem o que poderia ter acontecido. Uma vez que o pão ao cair no solo o faz somente do lado da manteiga e o gato se recusa de forma inata a cair de costas, é provável que o sistema gato-pão-com-manteiga flutue sobre o solo e exerça um movimento giratório em torno de seu eixo. O grande problema desse fantástico experimento, que segundo os sábios poderia gerar energia auto-sustentável infinitamente para toda a humanidade, é que tal movimento seria acelerado, chegando a alcançar velocidades altíssimas, próximas a da velocidade da luz. Assim como ficamos molhados ao tocar a água, isso naturalmente levaria a uma quebra do espaço-tempo, gerando o que conhecemos hoje como um buraco negro, que por sua vez não hesitaria em deglutir cada pedacinho de massa do nosso querido planeta Terra. Teóricos falam inclusive que os dinossauros formaram na verdade uma sociedade altamente desenvolvida que dominava vários campos do conhecimento e que o motivo de sua extinção teria sido desenvolvimento frustrado de uma experiência desse tipo. Resta-nos apenas esperar até que algum dia possamos evoluir ao ponto de conseguir dominar essa ciência e assim, não mais ter de aturar o olhar sarcástico do gato obeso de sua tia, como citado anteriormente.

Sr. Pepper