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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O louco de chapéu


Outro dia alguém na rua me chamou "louco aonde vais com este chapéu?" De imediato respondi de forma direta e objetiva, tal qual agulhas de um tear o fazem "vou para onde quero chegar, portanto, não me atrase, por favor, se não quiser vir comigo, mas se sim, esteja disposto a enfrentar desafios" então o homem com aquela fisionomia maltratada pelo tempo lançou-me um olhar displicente e retrucou? "Mas que tipo de desafios você espera encontrar, para que eu saiba se o esforço realmente vale à pena?" Pensei cerca de três ou quatro segundos, uma eternidade pra mim, e respondi serenamente “não seria adequado se sua pergunta fosse justamente o contrário: Que tipo de esforços você deve investir para que o desafio valha à pena?” O rapaz pareceu confuso e desconcertado com minha resposta, mas de qualquer forma, continuei a andar a passos largos de modo que quando me dei por mim, já estava a cerca de cinco braças de distancia do mesmo, que ao perceber correu para me alcançar. “Mas por que tanta pressa e por qual razão levas este chapéu enorme em sua cabeça?” Cheguei à conclusão que o homem fazia perguntas demais e que era um pouco sedentário ou talvez fumasse, visto que a essa altura já quase colocava os bufos pra fora por falta de fôlego. “O tempo, não é essencialmente importante, ele é apenas um referencial para que possamos fazer nossas tarefas de maneira sincronizada. Quanto ao chapéu, estou indo levá-lo para um amigo, pois eu sei o quanto ele gosta de chapéus, sobretudo os grandes e adornados. Possivelmente, ele pode estar do outro lado do continente”, respondi ao rapaz. Transtornado e atônito o homem quase teve um colapso nervoso e questionou-me “E espera percorrer toda essa distancia a pé, atravessar quase meio mundo, apenas para levar um chapéu no mínimo estranho para um amigo? Mas e quando chegar lá o que ocorrerá? E se o tal amigo não estiver lá, terá sido valido?” Então pousei a mão sobre teus ombros lhe disse “Não é o final que me interessa e sim a trajetória, os diversos caminhos que poderei escolher até que chegue ao fim, e quando chegar, simplesmente chegou. As escolhas, as renúncias me parecem mais interessantes e a tentativa de tomá-las da forma mais parcimoniosa, o desafio mais empolgante.” Com um misto de vergonha e ansiedade o homem, meio sem jeito de falar disse: “E como faço para começar? Qual a minha primeira decisão de minha própria trajetória eu devo tomar?” Olhei com um olhar maquiavélico para o sujeito e articulei “Por que não começa pela escolha de um bom chapéu?”.

Sr. Pepper

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